Não, não tenho uma crença, sou o tipo de pessoa cética, que acredita que o fim da vida é o fim da vida e ponto final, sem vida após a morte, espiritos e deuses. Aceitar o fim da passagem terrestre para quem fica, é uma dever difícil, é um grande calvário moral. Pessoas vêm e vão, todo o tempo. Atrelar o fato e retomar a vida são tarefas dificilimas, e que psicologicamente nos cansa, nos entristece.
A morte, é a única certeza da nossa vida. Não sabemos se vamos tirar o lixo hoje, pois podemos nos esquecer, alguém pode fazer por nós, ou podemos, sei lá, morrer-mos antes de fazê-lo. A morte é sim meus caros, a mais justas das causas. Ela normalmente, escolhe a dedo quem levar, pessoas com males terminais e irreversíveis, com idades avançadas e que já tiveram tempo de viver e aproveitar suas vidas.
Porém, até o mais justo dos sistemas tem suas falhas, seus erros. Erros que causam sim, dor, ódio, incompreensão, culpa e nervosismo. Mortes inaceitáveis, dores inconcebíveis. Vezes em que uma simples e divertida visita ao parque se transforma na mais ardente e dolorida flecha, envolta pelo fogo da surpresa e da brutalidade. Nestes casos, quem fica, sofre as dores de uma perda dura, difícil, e prematura. Quem vai, descansa, não querendo dormir, e sem poder escolher. Sem demagogia, é a morte que não é merecida, e que se torna uma tragédia, sem pragmacidade, que não acalanta, que destrói, e que imobiliza, a cabeça, a espinha dorsal, os braços e as pernas, da família, dos amigos, e da sociedade em geral.
Sinceramente, mesmo não acreditando, espero que haja vida após a morte. Não acredito, mas espero estar errado. Quando for minha hora, quero ouvir trompetes tocando, e a voz de algum dos meus amigos dizendo: viu Giovanni, você não é o dono da razão. Estávamos certos, e você errado, seu ateu de uma figa. Quero olhar, e ver as pessoas que choraram por mim, e as que seguraram seu choro, quero abraçar a todas, e quero conhecer quem se foi muito cedo e que não tive oportunidade de conhecer enquanto vivia.
PS: Este texto é em homenagem a meu amigo Cristian Douglas Castelo Branco, que perdeu seu irmão prematuramente. Não conheci seu irmão.
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